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Saúde Reprodutiva e Planeamento Familiar





Conheça nesta página toda a informação para que possa viver saudavelmente e com plenitude a sua sexualidade e possa planear o crescimento da sua família de forma adequada.

As questões da saúde reprodutiva e planeamento familiar são geralmente associadas à mulher, mas a sexualidade diz também respeito ao homem. Nos centros de saúde existem consultas neste âmbito, que devem ser frequentadas por ambos.

Agora, com informação, a escolha é vossa...
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CONTRACEPTIVOS




O que são contraceptivos?

Os Contraceptivos ou meios anti-concepcionais são mecanismos que impedem a concepção (gravidez).

Podem ser métodos de barreira ( por ex. o preservativo ), métodos Químicos/Hormonais(por exemplo a pílula), métodos cirúrgicos ou métodos naturais.

Neste artigo falaremos dos três primeiros.

Que métodos existem ao dispor no mercado?

- Métodos de Barreira:

* Preservativo: se for bem utilizado é altamente eficaz e além de ser anti-concepcional, protege das infecções sexualmente transmissíveis ( ISTs ). Deve ser a escolha quando se tem relações com diferentes parceiros ou para prevenir complicações durante alguma fase infecciosa temporária ( ex: uma micose ). A única contra-indicação é a alergia ao látex, no entanto existem outros materiais ao dispor, nomeadamente os preservativos de poliuretano, que podem ser adquiridos na farmácia! Existem também preservativos femininos, que são colocados no interior da vagina da mulher, de forma a que a penetração seja efectuada no seu interior e de forma a reter os espermatozoides. Este tipo de preservativo não é comercializado em Portugal.




Diafragma

Não é utilizado em Portugal. A sua função é semelhante ao preservativo, mas é um dispositivo que é colocado no interior da vagina da mulher, cobrindo o colo do útero e impedindo a passagem dos espermatozoides para o seu interior. Recomenda-se o uso de espermicidas com este método para se mais eficaz. Este método não protege das Infecções Sexualmente transmissíveis.
Recomenda-se a sua colocação 15 a 30 min antes da relação sexual e só se deve retirar 6 a 8 horas após a última penetração.




- Métodos Químicos/Hormonais:

* Pílula. Tem uma eficácia muito próxima dos 100 % na contracepção. Devem é ser cumpridas muito bem as indicações recomendadas pelo seu Enfermeiro, Médico ou Farmacêutico. Esta medicação também pode ser usada no tratamento de problemas como o Acne ou o Hirsutismo ( crescimento aumentado de pêlos ) nas mulheres, sendo usada, nestes casos, uma pílula mais forte.




* Dispositivo Intra-Uterino ( D.I.U. ) - é um material inserido no útero sem qualquer tipo de dor, que liberta uma substância para as suas paredes, alterando as suas características que permitem a gravidez. A sua colocação não é dolorosa e é um método prático com uma duração média de 5 anos. As desvantagens são a possibilidade de não tolerar o D.I.U., não poder tomar anti-inflamatórios porque contrariam a sua acção e o facto de ter de ser colocado por um profissional de saúde habilitado.




* Implante intradérmico - É colocado no interior da pele no braço, com anestesia local. Liberta hormonas de forma gradual impedindo a gravidez. Dura em média 3 anos, devendo ser mudado nesta altura.




* Anel Vaginal - É colocado no interior da vagina e aí mantido durante 3 semanas. Na semana em que é retirado ocorre a menstruação e deve ser recolocado na semana seguinte por igual período. ( O mesmo sistema da pílula mas não precisa ser tomado qualquer comprimido diariamente ). Este método tem um sistema inovador de sms, que permite à mulher, após uma pré-programação para um número de telefone específico, ser lembrada pelo laboratório produtor, através de mensagem para o seu telemóvel, do dia em que deve retirar e colocar o seu anel vaginal.




Terapêutica Hormonal Injectável

É uma injecção com componentes progestativos que é administrada de 3 em 3 meses por via intramuscular. Pode ser usada durante a amamentação e as suas contraindicações são a alergia à progesterona, hemorragias persistentes, anemias e gravidez ou suspeita de gravidez. Tem como possíveis efeitos laterais: a alteralção do padrão menstrual (por exemplo amenorreia - ausência de menstruação - ou o inverso - hemorragias persistentes), alteração de peso, retenção de líquidos, cefaleias, fraqueza e nervosismo, etc. No entanto, tal como qualquer método químico, a sua prescrição deve ser feita por um médico, com uma prévia avaliação da mulher.




Adesivos transdérmicos

São adesivos que são colocados em determinados pontos do corpo e que vão libertando uma dose diária gradual de hormonas que impedem a ovulação. São trocados semanalmente e depois de 3 semanas de uso faz-se uma semana de pausa (não se aplicando o adesivo), ocorrendo nesta altura a hemorragia de privação (tal como acontece com algumas pílulas e o anel vaginal).




Espermicidas

São produtos utilizados sob a forma de cremes, pomadas ou óvulos que imobilizam ou destroem os espermatozoides.A sua eficácia varia entre os 50 e os 90% e aumenta quando são utilizados em conjunto com outros meios - por exemplo o preservativo (ainda que hajam espermicidas que não podem ser usados com os preservativos pelos riscos de os danificarem). Para serem eficazes devem ser colocados antes de qualquer relação sexual e tem, em geral, uma duração de 30 min. Não podem ser usados por pessoas sensíveis a estes produtos.




Existem ainda métodos de contracepção cirúrgicos, nomeadamente a laqueação de trompas ( na mulher ) ou a vasectomia ( no homem ). São certamente métodos que impedem com eficácia a gravidez, mas envolvem todo um processo cirúrgico, que apesar de simples, não deixa de implicar riscos. É uma boa opção em alguns casos, no entanto deve ser discutida e analisada com cada pessoa em particular.

Legenda: Vasectomia



Legenda: laqueação de trompas

Foram aqui descritos os contraceptivos mais utilizados no dia a dia. Existem muitos outros que teremos o gosto em esclarecer através do nosso e-mail ou Fórum.

A Saber: podem adquirir-se Gratuitamente a pílula, os preservativos e até vos ser colocado o D.I.U. ou o implante transdérmico? Basta para isso dirigirem-se ao centro de saúde onde estão inscritos ( Homens ou Mulheres ) e falarem com o vosso Enfermeiro de Família ou de Planeamento Familiar.Já que o acesso é tão fácil, há que pensar duas vezes antes de ter uma gravidez não desejada e proteger-se das Infecções Sexualmente Transmissíveis.
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OS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS NATURAIS




Para além dos métodos referidos no artigo anterior, existem ainda os métodos naturais de contracepção. Estes métodos são aconselhados quando a mulher não pode usufruir de métodos hormonais ou químicos (por exemplo por razões de saúde) ou quando as convicções pessoais ou religiosas do casal lhes condicionam o uso de qualquer dos métodos referidos.

Os Métodos Naturais mais conhecidos são:

- O Método do Calendário ou Tabela de Ogino-Knauss;

- O Método de avaliação do muco cervical ou Método de Billings;

- O Método das temperaturas basais;

- O coito interrompido;

- A amamentação

Passam-se a descrever cada um deles:

Método do calendário - TABELA DE OGINO-KNAUSS




É um método que consiste em anotar durante mais ou menos 1 ano a duração dos ciclos menstruais. Uma vez feita esta contagem, tem de se subtrair ao ciclo mais curto 18 dias e ao ciclo mais longo 11 dias. A partir do momento em que estes resultados estão encontrados, o intervalo entre ambos, do menor para o maior, indica o espaço de tempo no qual a mulher se encontra no período mais fértil dos seus ciclos, onde ocorre a ovulação e é mais provável que aconteça uma gravidez. Por exemplo, imaginemos que uma mulher contabilizou o seu ciclo mais curto com 26 dias e o seu ciclo mais longo com 30 dias. Então: 26 – 18 = 8 e 30 – 11 = 19. Quer isto dizer que os dias mais férteis desta mulher são entre o oitavo e o décimo nono dia do ciclo, dias em que não deve ter relações sexuais ou, querendo-o, terá de utilizar um preservativo. Convém não esquecer que o primeiro dia do ciclo é o primeiro dia em que aparece a menstruação.

Método de Billings - avaliação do muco cervical:




O muco é uma substância gelatinosa, produzida pelas glândulas do cólo do útero que sofre alterações ao longo do ciclo sexual. Na altura da ovulação adquire uma aparência de clara de ovo com grande elasticidade (filância). Este muco filante facilita a entrada de espermatozóides no útero. Se uma mulher quiser utilizar este método para contracepção deverá, todas as manhãs, observar se tem muco na vulva e como é a sua aparência. A aprendizagem pode demorar algum tempo, porque pode ser difícil distinguir o muco de sémen ou algum corrimento. Convém ser acompanhada por um profissional de saúde conhecedor do método. Para aumentar a eficácia contraceptiva deste método, a mulher/rapariga só deverá ter relações sexuais 3 dias depois da ocorrência do ponto máximo de filância do muco.

Método da temperatura basal




A temperatura basal do corpo de uma mulher (medida logo ao acordar, sempre à mesma hora, antes de comer e sem ter feito esforço muscular tirando a temperatura na boca, no recto ou na vagina, usando sempre o mesmo termómetro), é variável durante o seu ciclo. Assim, a temperatura nos dias entre a ovulação e a menstruação seguinte sobe cerca de 2 a 5 décimos de grau. Então, só três dias depois desta subida de temperatura ter acontecido, é que é menor o risco da mulher engravidar. No entanto há uma situação importante, que são as variações de temperatura que o seu corpo pode ter, como por exemplo, no caso de febre ou de alterar a sua hora de dormir.

Para usar estes métodos como contracepção tem de conhecer bem o funcionamento do próprio corpo e estes métodos não protegem das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

Métodos Naturais extremamente falíveis

- O Coito Interrompido

Consiste em interromper o acto sexual imediatamente antes da ejaculação. Este método, ainda muito utilizado como método contraceptivo, é altamente falível porque o homem, durante a relação sexual, produz um líquido pré-ejaculatório, por vezes imperceptível, que pode conter espermatozoides, o que é suficiente para originar uma gravidez. Além disso é necessário haver um controlo muito grande do acto sexual, que pode tornar-se difícil e pode também repercutir-se numa vivência menos plena e gratificante do prazer sexual.

- A Amamentação

Muitos casais ficam mais tranquilos quanto à possibilidade de engravidar, após o nascimento de um filho e durante o tempo em que este é amamentado. É verdade que durante o período de amamentação há uma influência hormonal que dificulta a ocorrência de uma gravidez, pois interfere com os mecanismos de resposta hormonal que promovem a ovulação e as características do útero, que se encontra a reestruturar-se da gravidez anterior. No entanto, não é totalmente seguro que uma gravidez não possa acontecer e é por isso que se aconselha o casal a usar métodos contraceptivos também nesta fase.

Agora que são conhecidos todos os métodos existentes, cabe a cada casal optar por aquele que mais se adequa ao seu estilo de vida. Preferencialmente esta escolha deve ser negociada com a equipa de saúde familiar, de forma a ser saudavelmente vigiada e vivida.
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A PÍLULA CONTRACEPTIVA




O que é a pílula:

A pílula é um fármaco que na sua constituição contêm sintéticos das hormonas femininas, o estrogénio e a progesterona, pelo que deve ser sempre prescrita por um médico considerando a especificidade de cada mulher.

Existem dois tipos de pílula:

- pílula combinada, que na sua constituição têm estrogénio e progestogénio, podendo esta ser monofásica ( todos os comprimidos do blister têm a mesma dosagem hormonal) ou trifásicos( a dosagem hormonal dos comprimidos vai aumentando gradualmente ao longo do blister).

- pílula progestativa, contém apenas progestagénio, é a indicada no período da amamentação e para mulheres a quem por alguma razão clinica está contra-indicado o estrogéneo;

A opção pelo tipo de pílula mais adequada para cada mulher deve ser tomada em conjunto com a sua equipa de saúde.

Como iniciar a pílula:

Quando se iniciar uma pílula combinada deve-se fazê-lo no 1º dia da menstruação, devendo tomá-la diariamente e à mesma hora( pode associar-se a sua toma a uma rotina diária, como por exemplo, ao deitar), durante 21 ou 22 dias conforme a pílula.

Interrompe-se durante 7 dias, durante os quais (em qualquer dos dias) deve ocorrer a menstruação, designada hemorragia de privação. Durante este período, a mulher está protegida pelo efeito contraceptivo da pílula mesmo estando em período de pausa da toma.

Após esta paragem de 7 dias deve reiniciar nova embalagem e não havendo enganos deve iniciar a pílula sempre no mesmo dia de semana em relação ao inicio da embalagem anterior.


Ao iniciar uma pílula progestativa, pílula indicada durante a amamentação, deve-se inicia-la ao longo do 1º mês pós–parto. Fora deste período deve iniciá-la, normalmente, no 1º dia do período menstrual, tomá-la à hora habitual, diariamente, sem período de pausa, dado que esta pílula é composta por 28 comprimidos. Amamentando apenas uma a duas vezes/ dia a mulher pode ponderar com a sua equipa de saúde alterar a pílula para uma combinada.

Ao mudar de pílula, deve tomar-se a anterior até ao fim e iniciar a nova pílula exactamente no dia em que se iniciaria a outra, respeitando o intervalo de pausa de toma, de acordo com a especificidade da pílula.

Quando é que o efeito contraceptivo está assegurado?

Se a pílula for iniciada correctamente, ou seja, no primeiro dia da menstruação e tomada correctamente desde aí, então a sua eficácia contraceptiva estará garantida a partir da toma do primeiro comprimido.

Esquecimento da toma da pílula:

Ao tomar uma pílula combinada, e esquecendo-se de um comprimido, pode tomar-se este assim que for lembrado. Se não ultrapassar 12 horas da hora habitual não é necessário efectuar outro método anticoncepcional adicional.

Se eventualmente passarem mais de 12 horas da hora habitual da toma da pílula deve rejeitar-se o comprimido esquecido e manter-se a toma dos comprimidos seguintes, diariamente e à hora habitual. Durante o período de 7 dias após o esquecimento do comprimido deve utilizar-se um método contraceptivo adicional ,como o preservativo.


Se se tomar uma pílula progestativa, deve considerar-se que um atraso superior a três horas da hora a que habitualmente toma a pílula obriga ao uso de um método anticoncepcional adicional durante os dois dias seguintes.

Quando parar a pílula:

Não existe nenhuma vantagem em deixar de tomar periodicamente a pílula. As pílulas comercializadas em Portugal contêm uma baixa dosagem hormonal, bem tolerada habitualmente pela generalidade das mulheres.

Quando a mulher decide engravidar, deve considerar a necessidade de ter uma primeira menstruação espontânea (menstruação sem pílula), para que com a sua equipa de saúde possa calcular mais acertivamente o seu período fértil.

A mulher também deve ser aconselhada a parar a toma da pílula 4 semanas antes de, por exemplo, uma intervenção cirúrgica que requeira uma imobilização superior a uma semana ou em outra situação que se preveja tal, durante idêntico período de tempo. Neste período deve ser aconselhado ao casal um método anticoncepcional alternativo.

As vantagens do uso da pílula são:

- Tem elevada eficácia contraceptiva;

- Não interfere na relação sexual;

- Regulariza o ciclo menstrual, melhorando a dismenorreia e tensão pré-menstrual;

- Contribui para a prevenção de: cancro do ovário e do endométrio (revestimento interno do útero); quistos funcionais do ovário; doença fibroquistica da mama.

As desvantagens:

- Exige um empenho diário do casal para a toma de forma correcta por parte da mulher;

- Não protege contra as infecções sexualmente transmissíveis, o que só é conseguido com o uso correcto do preservativo;

- A pílula combinada durante a amamentação altera o leite materno pelo que deve ser substituída por uma apenas progestativa.

- A pílula progestativa pode estar associada a irregularidades no ciclo menstrual, podendo causar amenorreia(ausência de período menstrual).

O uso da pílula é absolutamente contra-indicado:

- Durante a gravidez;

- Se a mulher apresenta hemorragias genitais anormais e sem diagnostico conhecido;

- Se a mulher apresentar antecedentes de Acidente vascular cerebral, doença coronária ou tromboflebites;

- Na presença de doença hepática crónica;

- Se a mulher é fumadora e tem idade superior a 35 anos.

O uso da pílula requer ponderação:

-Se a mulher apresenta diabetes mellitus;

-Se é hipertensa( valores superiores a 160/100mmhg, implica contra- indicação absoluta);

-Se revela hiperlipidémia( excesso de gordura no sangue);

-Se sofre de depressão grave;

-Se tem alterações graves a nivel gastro-intestinal;

-Se manifesta cefaleias, tipo enxaqueca;

-Se tem epilepsia;

-Se apresenta varizes, devido ao risco acrescido de tromboembolia.

Efeitos colaterais:

-Náuseas e vómitos : comuns nos primeiros tempos de utilização da pílula, com tendência a desaparecer;

-Alteração do fluxo menstrual : habitualmente com a pílula combinada dá-se uma diminuição na quantidade e duração do fluxo menstrual, podendo por vezes ocorrer amenorreia, sem significar a existêcia de qualquer patologia, mas não deve ser excluida a hipótese de gravidez.

-Spottings : pequenas perdas de sangue durante os ciclos iniciais com pílula combinada são normais e devem desaparecer espontaneamente, se isto não acontecer deve consultar-se a equipa de saúde.

-Com o uso da pílula progestativa, as irregularidades do ciclo são comuns, podendo não ter um significado patológico.

-Mastodínia : a tensão dolorosa nas mamas é uma das queixas frequentes na mulher que inicia a pílula, tem tendência para desaparecer com a continuidade da toma, no entanto qualquer tumefacção ou nódulo, deve ser avaliado cuidadosamente.

-Alteração do peso: pode ao longo da toma da pílula ocorrer flutuação no peso corporal da mulher, esta pode ser devida ao aumento do apetite e/ou à retenção de líquidos, pelo que, são fundamentais as consultas com o seu enfermeiro de família com o qual a mulher encontrará estratégias para alterar estas situações.

-Depressão: esta é uma das queixas que a mulher pode apresentar, se se comprovar que está relacionada com a toma da pílula, deve ponderar-se a opção por outro método contraceptivo.

Todos os factores referenciados acima representam a necessidade da mulher ou preferencialmente o casal frequentar as consultas de planeamento familiar no centro de saúde, pois com a sua equipa de saúde, poder-se-á efectuar uma reflexão sobre a sua história clínica e sobre a evolução da sua situação de saúde, por forma a optar pelo método contraceptivo mais adequado.

Habitualmente as consultas de planeamento familiar são efectuadas de 6 em 6 meses pelo enfermeiro de família (ou enfermeiro responsável pela consulta de planeamento familiar) e pelo médico de família, no entanto as mulheres que apresentem alguns dos factores de risco enunciados acima devem efectuar um controlo periódico mais cuidadoso, em intervalos de tempo a definir pela equipa de saúde.


O que pode interferir com o efeito da pílula:

-Antibióticos: ácido clavulânico, amoxacilina, ampicilina, ciclacilina,
cloranfenicol, dapsona, doxicilina, eritromicina, minocilina ,oxacilina, oxitetraciclina, penicilina G e V ,rifampicina, tetraciclina, metronidazol;

-Antiepiléticos e anticonvulsivantes: carbamazepina, difenil-hidantoina, fenitoina ,fenobarbital, oxcarbazepina, primidona, topiramato;

-Outros: espironolactona (diurético), griseofulvina (antifúngico), Erva de São João (Hipericão);

-Episódio de diarreia ou vómito grave;

-Consumo excessivo de bebidas alcoólicas - A British Nutrition Foundation recomenda para as mulheres um consumo diário de 3 unidades de álcool, sendo 1 unidade equivalente a 25 ml de bebida destilada, um pequeno copo de vinho com teor médio de álcool ou uma cerveja.

Nas circunstâncias acima referidas, o casal deve usar, SEMPRE, um método contraceptivo adicional (por exemplo preservativo).
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O PRESERVATIVO




Dados Históricos:

No século XVI o anatomista italiano Gabriel Fallopius recomendava um incomodo saquinho feito de linho e amarrado com um laço, que é considerado o primeiro preservativo, provavelmente utilizado para evitar doenças venéreas. Um século depois, um médico inglês - conhecido como Dr. Condom - resolveu criar um protector feito com tripa de animais para o rei Carlos II, a fim de evitar o nascimento de tantos filhos ilegítimos. Em 1939, com a descoberta do processo de vulcanização da borracha, os preservativos passaram a ser fabricados com esse material e ficaram elásticos.

Actualidade:

Este é o método contraceptivo mais utilizado em todo o mundo, que ajuda não só na prevenção da Gravidez não desejada, como também na evicção da transmissão das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como a SIDA, as Hepatites ou mesmo as micoses. É feito de látex ou poliuretano e geralmente vem já lubrificado, existindo em várias cores, aromas e tamanhos.

Vantagens

- Tem fácil aquisição, sendo o método ideal para relações ocasionais ou imprevistas.

- Pode ser utilizado sem contra-indicações e é o único método contraceptivo que protege também das ISTs.

- Se for utilizado correctamente tem uma taxa de eficácia de 97%.

Desvantagens

- Se for mal aplicado ou utilizado mais de uma vez pode romper, não evitando que o sémen entre na vagina.

Como Utilizar:

O preservativo deve ser colocado antes de qualquer contacto sexual, seja de que natureza for e sempre com o pénis em erecção.

Como colocar o preservativo:





1.Primeiro que tudo, verificar a data de validade do preservativo. Com a data de validade ultrapassada o preservativo, mesmo parecendo íntegro, tem maior risco de romper;

2.Abrir o invólucro cuidadosamente, pela zona de abertura fácil, nunca com os dentes, ou usando uma tesoura, pois pode romper-se o preservativo;


3.Colocar o preservativo junto à glande e apertar o reservatório (pequena saliência existente na porção distal do preservativo) para que este não fique com ar ao desenrolar o preservativo e não rompa;

4.Desenrolar o preservativo até à base do pénis– assegurar que não fica largo ou demasiado apertado. A escolha do tamanho certo é fundamental para prevenir que rompa.

5.Usar o preservativo apenas uma vez. Caso se tenha outra relação sexual, colocar um novo preservativo.

6.Retirar o preservativo logo após a ejaculação, ainda com o pénis erecto, para evitar o derrame de sémen.

7.Dar um nó, de forma a assegurar que não de derrama o conteúdo que fica no reservatório e colocar no lixo (nunca colocar o preservativo na sanita).

Cuidados a ter:

- Escolher marcas credenciadas de preservativos – verificar se tem selo de qualidade;


- Nunca esquecer de avaliar a data de validade do preservativo;

- Guardar os preservativos em local seco e protegidos do calor (nunca deixar preservativos no tablier do carro).

- Não andar com o preservativo no bolso das calças, pois há risco de dobrar e danificar o preservativo.

- Um local reservado, no interior da carteira é uma boa opção para guardar o preservativo ( mas nunca no mesmo local que cartões, moedas, ou outros materiais que o possam romper);

- Não usar vaselinas ou óleos para lubrificar o preservativo – caso seja necessária lubrificação extra usar soluções à base de água, que podem ser adquiridas na farmácia ou usar saliva.

- O uso de dois preservativos não é mais eficaz e pode trazer desconforto ao usuário. Um preservativo, bem usado, é suficiente.

- Escolher sempre o preservativo de tamanho adequado ao pénis do usuário.

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Cancro da Mama- Conhecer, Agir,Prevenir




O cancro da mama é a forma de cancro mais comum na mulher. As taxas de incidência têm vindo a subir na segunda metade deste século. Calcula-se que uma em cada 10 mulheres irão desenvolver cancro da mama ao longo da sua vida.

Se a doença é detectada cedo, antes de ter tido hipóteses de progredir(metastizar) atingindo outros tecidos para além da mama, a taxa de sobrevivência pode chegar a 95%.

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de todas as idades. Na Europa, quase 20% de todas as mortes por causa oncológica são devidas ao cancro da mama.

Factores de Risco:

Os factores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver cancro da mama incluem:
- história familiar da doença.
- envelhecimento.
- exposição aos agentes cancerígenos.
- não ter filhos (nuliparidade) ou ter o primeiro filho depois dos 30 anos.
- Além disso, uma vida menstrual longa, resultado de uma menarca precoce ou de uma menopausa tardia, aumenta o risco de cancro.
- Finalmente, alguns investigadores acreditam que a obesidade, uma alimentação rica em gorduras, a ingestão excessiva de álcool e o uso de medicamentos contendo estrogénios (terapêutica de substituição hormonal ou pílulas anticoncepcionais) podem aumentar o risco de cancro.

No entanto, 80% das mulheres com o diagnóstico de cancro da mama não têm factores de risco conhecidos.

Detectar precocemente:

Para identificar o mais cedo possível o início da doença, a mulher deve proceder ao auto-exame da mama. Isto vai permitir que conheça melhor o seu corpo e à minima alteração identificada, procure ajuda e consiga resolver a situação antes que esta se torne complicada e difícil de reverter.


Como fazer o auto-exame da mama:

1 – Comece por se colocar em frente a um espelho com os braços ao lado do corpo e verifique se há alterações.




2 – Coloque as mãos sobre a cintura e faça pressão para dentro. Depois, vire-se para ambos os lados e procure qualquer alteração.

3 – Ponha as mãos atrás da cabeça para assim distender a pele das mamas e volte-se novamente para um lado e para o outro, em busca de alterações. Inspeccione cuidadosamente a parte inferior das mesmas.

4 – Verifique se há escorrência do mamilo, pressionando-o suavemente entre os dedos polegar e indicador.




5 – Fazendo compressão com a mão, começando abaixo da clavícula até ao mamilo, procure alterações em relação aos exames anteriores.

6 – Para completar o auto-exame, deite-se. Coloque uma almofada por baixo do seu ombro esquerdo, coloque a sua mão esquerda atrás da cabeça e examine a sua mama esquerda com a mão direita. (Um pouco de loção de bebé tornará os seus dedos mais sensíveis).

Coloque a mão direita abaixo da clavícula ( saliência óssea acima da mama ) e da sua mama esquerda, mantendo os seus dedos juntos e direitos. Com pressão firme e homogénea, mova a sua mão em circulo em redor da mama.







( Gabinete de Enfermagem – Grupo de Patologia Mamária - Hospital de S. João - Porto )

O auto-exame deve preferencialmente ser executado 2 a 3 dias após a menstruação acabar e, nas mulheres pós-menopáusicas, sempre no mesmo dia do mês, todos os meses.

( Dr. Santos Barbosa revisto por Prof. Armando Pereirinha (FML-IMP, 2003))

Uma mamografia anual, a partir dos 30 anos, é indispensável para assegurar a saúde dos seios.

Mas não há mais nada que se possa fazer?

Com certeza que sim…

Uma vida saudável, por exemplo, é já meio caminho andado para reduzir os riscos de desenvolver cancro da mama.

Aqui ficam algumas ideias que a podem ajudar:


Faça exercício físico

As mulheres que praticam algum desporto ou frequentam um ginásio, de forma regular, têm menos 35% de probabilidades de desenvolver a doença.


Dispa o seu soutien

Parece que, segundo alguns estudos, usar soutien mais de 12 horas por dia prejudica a saúde dos seus seios.


Menos carne vermelha

Prefira o peixe, a carne magra e os produtos lácteos à carne vermelha, menos saudável e mais prejudicial.


Ataque os vegetais

Crus, cozidos, enlatados, frescos ou congelados… Uma alimentação rica em fruta e vegetais diminui o risco de cancro da mama em cerca de 46%.


Coma couve

Os vegetais da família das couves (brócolos, couve-de-bruxelas, nabos, etc.) contêm substâncias activas que ajudam a combater o cancro.


Opte por produtos orgânicos.

Estudos demonstram que pesticidas e herbicidas podem estar na origem do cancro da mama.

Mas não basta adoptar estes comportamentos - lembre-se que existem outros que você deve tentar pôr de parte.

Exemplos? O tabaco, dietas desequilibradas, excesso de hormonas, exposição a radiações (no local de trabalho, por exemplo), etc.

Procure o equilíbrio, desta forma, estará a proteger a sua saúde.

Frequente as consultas de planeamento familiar, pode obter informações várias sobre este e outros assuntos junto do seu Enfermeiro de Família ou de Planeamento Famíliar e a restante equipa de saúde.

( adaptado de Mulher Portuguesa )


Porque queremos ajudá-la a gerir a sua vida de forma saudável. Conte connosco...

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Cancro do Testículo – Conhecer, Agir, Prevenir…




O cancro do testículo é o tipo de cancro mais comum nos jovens dos 15 aos 34 anos de idade. Tem uma elevada taxa de cura se detectado precocemente e tratado de imediato. Uma excelente forma de prevenir complicações associadas ao cancro dos testículos é a auto-observação dos testículos, que permite a detecção de alterações e a procura imediata de ajuda especializada, o que se traduz em elevadas taxas de sucesso no tratamento.

Estão descritos como mais propensos a desenvolver este tipo de cancro:
- Homens de raça caucasiana;
- Com história familiar de cancro do testículo (ex. pai ou irmão com este problema);
- História de testículo que não desceu à bolsa escrotal;
- Com síndrome de Klinefelter (alteração genética)

O grande aliado deste tipo de cancro, tem sido precisamente o tempo tardio de procura de ajuda médica, sendo que quando esta é solicitada, muitas vezes já o cancro se alastrou a outras partes do corpo.

Assim, neste artigo, saiba como proceder para auto-examinar e detectar alterações nos testículos. É um procedimento simples que pode salvar muitas vidas.

O auto-exame dos testículos:

A melhor altura para fazer este auto-exame é após o duche. A água quente relaxa as paredes musculares e promove a descida dos testículos na bolsa escrotal, o que facilita a sua palpação. Este auto-exame deve ser feito uma vez por mês.




O que procurar:

Em pé olhar-se no espelho, para observar se há alguma alteração de tamanho nos testículos – é normal um testículo ser ligeiramente maior e mais descido que o outro. Habituando-se a observar o seu corpo vai conhecê-lo bem e saberá quando há alguma alteração.





Colocar a mão em concha sob o escroto e avaliar se há alguma alteração;

Usando o polegar e segundo dedo pince cada um dos testículos, fazendo-os deslizar sob os dedos, de forma a detectar uma tumefacção ou alteração na forma de cada um dos testículos. Faça-o num testículo de cada vez.





Há um ligeiro nódulo que poderá sentir durante esta palpação, por trás do testículo. Este nódulo é o Epidídimo, um canal que é nódulado na zona testicular e que serve de passagem aos espermatozóides. Detectar se há uma dor ou desconforto ao palpar esta região.

Percorrer o epididímo ao longo do escroto para avaliar a presença de uma tumefacção ou outra alteração ao longo deste canal.

Notando qualquer alteração:
- Edema (inchaço);
- Dor;
- Tumefacção;
- Calor intenso;

Procure imediatamente uma consulta médica para ser observado e encaminhado adequadamente.

Agora, informado, olhe por si...

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